sábado, 20 de abril de 2024

The Monolith Deathcult - The Demon Who Makes Trophies Of Men (2024)

Depois da ambiciosa trilogia ‘Versus I’, ‘V2 – Vergelding’ e ‘V3 - Vernedering: Connect the Goddamn Dots’ os Hola…Neerlandeses The Monolith Deathcult estão de regresso com oitavo álbum de originais ‘The Demon Who Makes Trophies Of Men’. Se já é habitual não se fazer qualquer tipo de ideia do que esperar de um novo álbum dos The Monolith Deathcult então depois desta trilogia essa afirmação sai ainda mais reforçada. ‘The Demon Who Makes Trophies Of Men’ até começa em grande estilo como o formidável tema título amplamente inspirado no clássico do Sci-Fi ‘Predator’ de 1987, infelizmente essa boa abertura não tem a continuidade desejada e o álbum acaba por incorrer em vários erros também identificados em ‘V2 – Vergelding’. Desde logo a inclusão de novas versões de três faixas do aclamado ‘Trivmvirate’ num total de oito que comporta o álbum juntamente com a falta de capacidade de associar os temas em torno de um conceito ou pelo menos de um fio condutor identificável. Se em termos de composição a banda mostra que tem um talento inato para elaborar sonoridades inventivas, bem delineadas e rebuscadas através de um Death Metal com contornos de Symphonic e Industrial já na incumbência de estruturar um álbum os The Monolith Deathcult ultimamente têm deixado muito a desejar, talvez traídos pela sua abordagem displicente e sarcástica ou mesmo por uma inexplicável premência em lançar álbuns numa cadência (demasiado) curta. 

7/10

[Sample] 

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Horndal - Head Hammer Man (2024)

Outra banda com poucos anos de existência que também está de volta são os Suecos Horndal com o seu terceiro álbum de originais ‘Head Hammer Man’. A escolha das temáticas para cada álbum feita pelo quarteto Sueco continua a ser bastante peculiar tal como já tinha acontecido em ‘Remains’ e ‘Late Drinker’. Desta feita e como o próprio título o indica a inspiração para ‘Head Hammer Man’ foi o um icónico líder sindical Sueco Alrik Andersson que no longínquo ano de 1900 precisamente na pequena vila de Horndal, viu as suas acções despoletaram uma reacção em cadeia que passou pela invasão forçada das empresas por forças policiais, confrontos dessas mesmas forças com os trabalhadores e despejos de famílias culminando com a sua deportação juntamente com a sua família herdando assim Alrik, não só a humilhante colocação do seu nome numa lista negra pelo seu próprio país como também o epíteto de Head Hammer Man. Musicalmente ‘Head Hammer Man’ transparece uns Horndal numa forma fantástica a encobrirem, complicarem e dinamizarem as suas sonoridades ainda de forma mais aficada, juntando à sua familiar base de Sludge e Stoner uma multiplicidade de influências que vão desde o Post-Metal ao Doom passando pelo Post-Hardcore e até por uma variância do Heavy Metal muito ao estilo dos seus conterrâneos Ghost sendo que a faixa ‘Calling Labor’ é talvez o melhor exemplar disso. Recomendo uma especial atenção aos formidáveis temas ‘Fuck The Scabs’, ‘Famine’, ‘Evictions’ e ‘Creature Cages’, do melhor que os Horndal já nos ofereceram na sua ainda curta carreira. 

8/10

[Sample]

quarta-feira, 10 de abril de 2024

VLTIMAS - Epic (2024)

Cinco anos depois da sua estreia com ‘Something Wicked Marches In’ os VLTIMAS voltam a dar sinal de vida com ‘Epic’. Engane-se quem pensa que por a banda ser recente ela é constituída por novatos, nada mais longe da verdade pois os VLTIMAS contam com as contribuições de Rune "Blasphemer" Eriksen (ex-Mayhem) na guitarra, Flo Mounier (Cryptopsy) na bateria, David Vincent (ex-Morbid Angel) na voz, Ype TVS (baixo) e ainda do português João Duarte (Filii Nigrantium Infernalium e Corpus Christii) também na guitarra (um musico que já vinha a acompanhar a banda ao vivo praticamente desde a sua formação). Aparentemente ‘Epic’ não foi um título escolhido ao acaso pois apesar do Death Metal “traçado” com uma forte influência de Black Metal especialmente evidente nas guitarras (outra coisa não seria de esperar) ser claramente a zona de conforto da banda existe uma notória intenção de dar uma atmosfera épica ao álbum ainda que mais explícita em certos temas é verdade. ‘Epic’ mostra uns  VLTIMAS bem oleados e intensos mas ainda à procura de elementos diferenciadores para outras bandas do mesmo espectro. Além do tema título destaco também as faixas ‘Scorcher’ e ‘Nature’s Fangs’ como os pontos mais apelativos de ‘Epic’.

7/10

[Sample]

sábado, 6 de abril de 2024

3 Body Problem (2024)

Apresentada como a grande aposta da Netflix para 2024 no domínio das séries ‘3 Body Problem’ tinha à partida todas as condições para cumprir as elevadas espectativas criadas em seu redor. Da mesma autoria dos criadores da popular série ‘Game of Thrones’ (David Benioff e D.B. Weiss), ‘3 Body Problem’ tem de facto uma narrativa interessante, misteriosa e cativante que nos é contada em duas linhas temporais distintas. Uma linha temporal actual onde os aceleradores de partículas espalhados pelo planeta vão detectando fenómenos bizarros e absurdos enquanto vários cientistas vão aparecendo mortos em circunstâncias bastante suspeitas. Um dos cientistas mortos é precisamente Vera Ye e ainda que seja um suicídio a sua morte desencadeia a reunião dos seus mais chegados amigos e colegas de profissão (Saul Durand, Auggie Salazar, Jin Cheng, Jack Rooney e Will Downing), os protagonistas da série. Noutra linha temporal algures durante a revolução cultural chinesa Ye Wenjie vê o seu pai ser espancado até à morte apenas porque ousou ensinar baseando-se em factos científicos em prol de propaganda partidário bacoca em vigor na altura, após a traumática morte do seu pai a sobredotada Ye Wenjie é presa contudo a política chinesa chega à brilhante conclusão que a eliminar os seu melhores cientistas vai ficar irremediavelmente para trás em termos de progresso. Graças a esta mudança de política a excepcional astrofísica tem oportunidade de trabalhar numa ultra secreta instalação de telecomunicações onde acaba por conseguir comunicar com…extraterrestres imagine-se. ‘3 Body Problem’ poderia sem dúvida ser uma das series de relevo de 2024, uma fantástica ideia que no entanto acaba por ser desperdiçada muito às custas da falta naturalidade dos actores principais com as honrosas excepções de Thomas Wade/Liam Cunningham, Mike Evans/Jonathan Pryce e Jack Rooney/John Bradley (curiosamente os três que “transitaram” de ‘Game of Thrones’), e nas obvias falhas de execução na fluidez dos episódios. Os espectadores são “agarrados” pela qualidade da história mas convém que esta seja contada com uma cadência regular para evitar tornar-se enfadonha e atabalhoada. 

6.5/10

 

   

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Invincible - Season 2 (2023)

E eis que dois anos depois chega finalmente a tão aguardada segunda temporada de ‘Invincible’. ‘Invincible’ foi de facto uma aposta ganha por parte da Amazon, o impacto da série de animação foi tal que o contracto foi imediatamente estendido para mais duas temporadas. Esta Season 2 consegue manter o foco no nosso Mark Grayson/Invincible enquanto ao mesmo tempo nos oferece um notável desenvolvimento de muitas outras personagens. Tentando não desvendar toda a história desta Season 2 posso contudo mencionar alguns pontos-chave, desde logo a abertura da série a outras dimensões paralelas sendo que o factor comum em quase todas elas é a união de Mark ao seu temível pai Nolan Grayson/Omni-Man. Por falar em Omni-Man é precisamente no episódio quatro que acontece o já esperado reencontro entre Mark e o seu pai, também a dificuldade de Mark conciliar a vida de super-herói com a sua vida quotidiana tem um especial enfoque nesta temporada. Um último apontamento para a parte final da temporada onde Mark tem um “reencontro” com Angstrom Levy (um vilão proveniente de uma outra realidade onde é conhecido por ser uma espécie de líder da resistência contra os Viltrumitas em especial contra a implacável dupla Invincible/Omni-Man). Em jeito de conclusão posso afirmar que a Season 2 de ‘Invincible’ mantem intactas as peculiaridades que se destacaram na primeira temporada, um argumento cativante e imprevisível bastante fiel à BD que o suporta e uma fixação pelo “gore” e pela acção desenfreada e constante mas que de alguma forma vai sendo contrastada por momentos de elevada carga dramática. 

8/10

[Trailer]